terça-feira, 17 de agosto de 2010

Perfomance no Brasil

Em 1972 são criados em São Paulo dois importantes centros culturais: o Sesc Pompeia e o Centro Cultural São Paulo. Esses espaços favoreceram diversas manifestações alternativas que não não estavam conseguindo visibilidade em outros espaços e circuitos.

Acontece então dois grandes eventos no Sesc Pompeia: as “14 Noites de Performance” e o I Festival Punk de São Paulo, sendo o festival o primeiro evento deste tipo realizado na cidade, contando com artistas de várias artes, como Ornitorrinco e Denise Stoklos do Teatro; Ivaldo Bertazzo, da dança; Ivald Granatto e Arnaldo & Go das Artes Plásticas, além de artistas da música, vídeo e grafismo.

Denise Stoklos, dramaturga, encenadora e atriz brasileira.

Novos espaços começam a surgir, como o Carbono 14, o Napalm e o Madame Satã, aonde acontecem performances, videoclips e tocam grupos de rock new-wave.

Em 1983 o Sesc Pompeia realiza o II Ciclo de Performances, enquanto no Centro Cultural é criado um espaço destinado exclusivamente a essa linguagem, o Espaço Perfomance. No mesmo ano acontece o I Festival de Video, com a participação de performers que utilizam tecnologia e video na sua criação, como Otavio Donasci.

Vídeocriaturas de O. Donasci: http://www.youtube.com/watch?v=Vu_HGf_OhEs

A performance então vira moda no eixo Rio-São Paulo, e no meio da profusão de trabalhos que surgem se incluem experiências que vão da alta criatividade à mediocridade. Em Agosto de 1984 a Funarte fecha o ciclo realizando o I Festival de Perfomances, com vários nomes importantes na cena contemporânea brasileira. Sobre o evento, polêmico por conta de seu nível, a crítica Sheila Leirner fez a seguinte crítica no jornal O Estado de São Paulo, em 1984:

não é "qualquer coisa". A ideia de que "qualquer um pode fazer arte" ou de que "qualquer coisa pode ser arte" já constitui há algum tempo um paroxismo eficaz. Hoje, quando já se experimentou tudo ou quase tudo, ela é uma ideia ultrapassada, reacionária e até ideologicamente suspeita. O público foi uma vítima... perdeu-se uma excelente oportunidade de revelar novos conceitos e provocar a reflexão de uma audiência excepcionalmente receptiva."

Daquele ano até os dias atuas a performance tem sido bastante absorvida pelas formas artísticas mais tradicionais. Ao ver de Renato Cohen, houve um esgotamento dos espetáculos espontâneos, havendo, porém, espaço para performances mais elaboradas. Um exemplo do que ele diz é a recente apresentação da artista brasiliense Nara Faria, Concerto a Céu Aberto para Solos de Aves.


Performer, ritualizador do momento presente. Nara Faria performa no campus da Universidade de Brasília.


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