terça-feira, 17 de agosto de 2010

Considerações de Renato Cohen sobre Performance

"É importante enfatizar o papel de radicalidade que a performance, como expressão, herda de seus movimentos predecessores: a performance é basicamente uma linguagem de experimentação, sem compromissos com a mídia, nem com uma expectativa de público e nem como uma ideologia engajada. Ideologicamente falando, existe uma identificação com o anarquismo que resgata a liberdade na criação, esta a força matriz da arte." (pág. 45)



Integrante do grupo, Paco Leal, performa "Cena Surrealista".

"A performance é basicamente uma arte de intervenção, modificadora, que visa causar uma transformação no receptor. A performance não é, na sua essência, uma arte de fruição, nem uma arte que se proponha a ser estética." (pág. 46)

"A performance está ideologicamente ligada à não-arte, proposta por Kaprow, na medida que, como nesta, vai contra o profissionalismo e a intencionalidade na arte: o que diferencia o praticante da não-arte, que ele vai chamar de a-artista, do artista praticante da arte-arte, é a intencionalidade. O a-artista não se coloca como um profissional." (pág. 46)




A experimentação da dor também pode fazer parte da performance, que tem a duração daquele exato instante, naquele exato espaço. É o "aqui-agora".

"A performance está ontologicamente ligada a um movimento maior, uma maneira de se encarar a arte - a live art. A live arte é a arte ao vivo e também a arte viva. É uma forma de se ver arte em que se procura uma aproximação direta com a vida, em que se estimula o espontâneo, o natural, em detrimento do elaborado, do ensaiado." (pág. 38)

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